Cúpula do Clima coloca Belém no centro do mundo e antecipa grandes temas da COP 30

Anderson Araújo/ DOL – Belém é o grande palco diplomático para chefes de Estado, líderes de governo e ministros de todo o mundo entre 6 e 7 de novembro, dias reservados para a Cúpula do Clima, também conhecida como Cúpula dos Líderes. Convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o evento é encontro internacional de alto nível que representa um marco central no processo de mobilização e diálogo internacional sobre a agenda climática. O evento será realizado no Parque da Cidade, na capital paraense.

A Cúpula tem como objetivo discutir os principais desafios e compromissos no enfrentamento da mudança do clima. Em termos de participação, o evento demonstra grande representatividade com 143 delegações confirmadas, das quais 57 delegações são chefiadas por líderes, entre chefes de estado e chefes de governo, e 39 por ministros, além de uma série de organizações internacionais.

A Cúpula de Líderes ocorre estrategicamente alguns dias antes do início da 30ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP30), a ser realizada de 10 a 21 de novembro, também em Belém. Essa antecipação aponta que os chefes de estado devem sinalizar os termos para os negociadores que permanecerão participarão da Conferência maior, a COP propriamente dita.

A realização em Belém, no coração da Amazônia brasileira, confere um simbolismo profundo ao evento, por estar na região essencial para o equilíbrio climático global. Trazer eventos dessa magnitude para a capital paraense reafirma a mensagem de compromisso do Brasil com o enfrentamento da crise climática.

O evento reforça o papel do Brasil como articulador e consolida a liderança brasileira na agenda ambiental internacional, sobretudo, a partir de exemplos. “Vamos alcançar desmatamento zero até 2030 mais uma vez caminhamos nessa direção que foi a redução de 11,8% do desmatamento da Amazônia, comparando com 2024 e de 11% também no Cerrado em relação ao mesmo período”, afirma a ministra do Meio Ambiente Marina Silva.

Transição e Financiamento

A estrutura da Cúpula está dividida em Plenária Ampla e sessões temáticas, com o objetivo de gerar uma mensagem que seja “metabolizada” pelos que ficarão durante a COP. A agenda do Presidente Lula prevê encontros bilaterais no dia 5, seguidos pelo início efetivo da Cúpula, nos dias 6 e 7. A abertura terá discursos dos chefes de Estado e representantes de organismos internacionais.

O dia 6 será marcado pelo almoço liderado por Lula para o lançamento do “Fundo Florestas Tropicais para Sempre” (TFFF). Este almoço reunirá países florestais tropicais e investidores. Já as três sessões temáticas ocorrerão ao longo dos dois dias, presididas pelo presidente Lula.

Os líderes devem pautar o “fim mesmo do uso de combustível fóssil”, além de tratar do Chamado à Ação Climática do Presidente Lula, que visa identificar as principais lacunas na implementação do regime internacional do clima. Iniciativas esperadas incluem o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis e a Declaração sobre Fome, Pobreza e Ação Climática.

A Cúpula do Clima possui como proposta principal a de ser avaliativa, ou seja, avaliar o que já foi feito até o momento em relação à redução dos gases de efeito estufa. A realização da Cúpula e da COP 30 em Belém se diferencia e busca corrigir falhas da COP 29 em Baku, Azerbaijão.

A COP de Baku tinha como missão principal tratar do financiamento climático, mas falhou. A missão de resolver o financiamento ficou como herança para a COP 30 em Belém. O Brasil está estruturando o apoio internacional para obter recursos da ordem de 1 trilhão e 300 bilhões de dólares em financiamento para países em desenvolvimento.

Enquanto Baku não tinha tradição de uma grande chancelaria em negociação de acordos, o Itamaraty do Brasil já vem trabalhando desde o final da COP anterior para costurar esses acordos para facilitar os resultados durante as duas semanas da COP 30.

EUA ausentes

A Cúpula do Clima de Belém, embora conte com a confirmação de 143 delegações, incluindo 57 chefes de estado e de governo, já registra uma ausência notável no cenário geopolítico: os Estados Unidos não confirmaram a presença de uma delegação de líderes, assim como a Argentina.

TFFF (ou TFF)

Fundo Florestas Tropicais para Sempre. É uma arquitetura financeira que busca dar um valor à floresta em pé e estimular a conservação. O almoço de lançamento do TFFF será presidido pelo Presidente Lula na tarde do dia 6 de novembro. O TFFF já estava operacional no momento da coletiva e conta com o Banco Mundial como

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